terça-feira, novembro 08, 2005

O BAAL ZEBUB

O BAAL ZEBUB
Liége Jorgens1


Dirigido por Harry Hook em 1990, O Senhor das Moscas mostra o lado sombrio da mente humana, mergulhando o telespectador em uma metáfora sobre o desenvolvimento da vida em sociedade.
A aeronave de um grupo de garotos ingleses cai em uma ilha paradisíaca iniciando, assim, uma luta pela sobrevivência e pelo retorno a seus lares. Os garotos criam uma sociedade fundada em regras de liderança, comunicação, trabalho em equipe e consciência.
A princípio todos parecem estar receptivos à liderança de Ralph, um líder democrático, que prega a civilidade e a união. Todos devem cooperar nas tarefas que são, basicamente, manter a fogueira acesa – como forma de sinalizar para a equipe de resgate - e conseguir sua subsistência.
Não se pode negar que os agrupamentos de pessoas estão isentos de problemas, mesmo aqueles bem organizados e estruturados. É assim que, dentro da sociedade, surge uma facção que deprecia os outros membros e passa a desrespeitar as regras, deixando de cooperar na atividade primordial: a tentativa de resgate. A prioridade desses garotos passa a ser a caça.
Digladiando pelo poder, Jack divide a sociedade explicitamente: as crianças seguem Ralph e os caçadores devem segui-lo. Baseia-se na idéia de dividir para melhor dominar. Como diz Sun Tse2: “Perturbem o governo adversário, semeiem a dissensão entre os chefes, excitando o ciúme ou a desconfiança, provoquem indisciplina, forneçam causas de descontentamento. A divisão fatal é aquela pela qual tentamos, por meio de ruídos tendenciosos, lançar o descrédito ou a suspeita, até na corte do Soberano inimigo, sobre os generais que o servem”. É o que se observa quando Jack diz aos garotos que cumpre suas promessas, diferente de Ralph, ele conseguia a carne que eles tanto queriam.
Sun Tse ensina também como ganhar uma guerra abalando a autoconfiança do outro: “Sem chegar ainda à luta, tente ser vitorioso. (...) Como os antigos que, antes de entrar em combate, tentavam enfraquecer a confiança do inimigo humilhando-o, mortificando-o, submetendo suas forças a rudes provas. (...) Corrompam tudo o que nele houver de melhor, por meio de oferendas, de presentes, de promessas; alterando a confiança em seus melhores guerreiros, levando-os a ações vergonhosas e vis. E não esquecendo de divulgá-las.” Exatamente o que os caçadores fazem, roubando a faca e os óculos do braço-direito de Ralph. O grupo dos garotos civilizados se desestabiliza pela falta de instrumentos de prosseguir em suas tarefas.
A liderança de Jack é autocrática e utiliza o medo do desconhecido – o Monstro – para melhor dominar.
Sem regras e sem adultos por perto, os garotos sentem-se livres para fazer o que quiserem, passando de garotos normais a assassinos perversos. Os caçadores assassinam sem querer um membro do grupo dos garotos civilizados. É o momento em que parece que haverá uma tomada de consciência, mas não acontece. Encontram um bode expiatório para levar a culpa. É o que a psicanalista francesa Marie-France Hirigoyen3 chama de deslocamento da culpa. Por um fenômeno de transferência, os verdadeiros culpados projetam a culpa no bode-expiatório. Há uma necessidade de projetar a culpa para o exterior e de dizer: “A culpa é sua!” ou alguma outra frase do gênero.
E quanto ao nome que leva a presente resenha, deve-se a interpretação da autora sobre o nome do filme. Levando em conta a sociedade satânica formada pelos caçadores, pode ser uma referência à origem etimológica da palavra Belzebu, do babilônico Baal Zebub, ou em português, Senhor das Moscas.
Interpretações à parte, o filme leva o espectador a repensar as noções de certo e errado incorporadas pelo superego e a necessidade de uma conduta moral para a viver em sociedade respeitando os limites dos outros. Utilizando instrumentos trágicos, o autor retrata a impiedade e a selvageria humana, chocando o espectador que precisa de uma boa dose de sangue-frio para se manter até o final do filme.



1 Aluna do 4º Semestre Curso de Administração – UNICRUZ.
2 Sun Tse, A Arte da Guerra, Editora Record.
3 Marie-France Hirigoyen, Assédio Moral: A violência perversa no cotidiano, Bertrand Brasil.

domingo, outubro 16, 2005

A Melancolia

A tristeza é um estado de espírito que envolve os seres. Apesar das inúmeras alternativas de lazer, que deveriam proporcionar satisfação e alegria, as pessoas parecem estar cada vez mais melancólicas.
Evitam a presença de amigos, adotando uma introspecção excessiva que não faz parte de seu comportamento costumeiro.
Parecem ter passado por alguma situação que as desanimou, pois uma vaga tristeza desencoraja-lhes a continuar no serviço do bem com o vigor e alegria de outrora.
A apatia frente aos problemas alheios só demonstra que ainda não sairam de seu casulo egóico. Deixam de observar os tormentos à sua volta, pois estão cegos pelos próprios pesares. Porém, ninguém sofre sozinho.
Apáticos, não ouvem nem querem ver, pois estão acostumados à situação mental e física em que se mergulharam.
A indiferença para com os problemas alheios é um estado quase mórbido que domina pouco a pouco as criaturas. Anula a motivação que os capacitam para a luta e induz ao progresso.
Devem tomar como exemplo aquela mãe que observa o berço vazio do anjo que antes sorria, mas não deixa de ter fé na justiça divina. Ou aquele homem que, ao perder todas suas posses, não deixou de exercitar sua inteligência e conseguiu vencer essa dificuldade.
O mérito consiste em suportar as dores que não podem ser evitadas.
Com coragem, consegue-se perseverar na luta.
Com bom senso, vence-se o comodismo de acreditar que seus problemas são maiores do que todas as chagas da humanidade reunidas.
Liége Jorgens

“Deus dirige aos vossos corações um apelo supremo, através do Espiritismo; escutai-o”1.

Citação:
1: VERDADE, Espírito de. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo VI, item 7. Editora EME: Capivari SP, 1996.

Leituras relacionadas:
O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec - Capítulo V – Bem Aventuradis os Aflitos – itens: 25 e 26;
Espírito e Vida – Joanna de Ângelis – 4ª edição – pág. 194 e 195.Oferenda – Joanna de Ângelis – 3ª edição – pág. 53 e 54
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domingo, setembro 04, 2005

O limite entre o normal e o bizarro

Com um forte estalo, de súbito, fechara a porta da van que parecia apenas a sua espera.
Cerrara os olhos como forma de ajuda para que a viagem até sua casa não fosse tão longa.
Lembrara-se de como havia chegado até ali. Recebera uns diferentes recibos de pagamento de passagem de um garoto. Um garoto pequeno demais para estudar na universidade. Estranho demais para pertencer a esse mundo – pensou, lembrando-se dos seus enormes olhos tão desproporcionais ao rosto fino e alongado do garoto. Não questionara a proveniência do vale-transporte, pois aquelas vans eram bastantes conhecidas dos alunos que se incomodavam de sempre andar naqueles ônibus superlotados.
*****
Tentava movimentar-se para passar a roleta daquele ônibus que a levara para a universidade naquela tarde. Tinha sérias dúvidas se chegaria do mesmo tamanho para a aula. Sugeriu ao cobrador que deveria haver poltronas do lado de fora do ônibus. Infelizmente, o homem justificou todas as impossibilidades para se aplicar a sua idéia. A garota falara em tom sério, contudo os mais perspicazes sabiam que aquela era sua maneira de contar piadas. Uma ótima maneira de conhecer as pessoas – pensava. A maneira como as pessoas reagem a uma piada não declarada mostrava o quanto eram atentas. Sentia-se muito constrangida quando alguém fazia observações desagradáveis, rindo, esperando que todos estivessem de acordo. Pelo menos não expunha as pessoas a tal indelicadeza. Esperava que da próxima vez o cobrador a compreendesse.
******
Lentamente ia abrindo aqueles olhos negros para observar aquele caminho já conhecido. Tudo estava estranhamente silencioso. Um silêncio quase sepulcral. Porém não tardara a entender o motivo.
Ao olhar para o banco onde deveria estar o motorista encontrou o lugar vazio, assim como todo o resto. Custava a acreditar na realidade da cena que presenciava. Estava sozinha. E dessa vez não era como das outras vezes. Teve que admitir que dessa vez a solidão a incomodava.
Ao mesmo tempo em que surgiam perguntas sobre aquela situação que beirava a surrealidade, pensava na maneira mais eficiente de agir. Seria esse o novo conceito de piloto automático? Aliás, nunca entendera de termos automobilísticos, mas isso não fazia tanta falta. Antes não fazia falta, mas quando se está em um carro que anda sozinho, saber o significado da expressão piloto automático fazia a diferença.
Um sorriso nervoso surgiu em seus lábios quando seu olhar passou pelos botões Pause e Stop do som. Por um breve momento acreditara que estava lidando em um daqueles videogames que costumava passar tardes inteiras jogando. Ok, – pensou, tentando se manter calma – isso não é um videogame e meu pai não está aqui para dirigir.. Aliás, porque ele nunca a ensinara a dirigir? Por que sempre tentou ensinar a sua irmã e não a ela? Mas sabia que aquela era a hora menos apropriada para sentir raiva de seu pai.
Parecia que estava tomando consciência da situação em que se metera. Voltou a perceber o mundo a sua volta, assim como a buzina do Fox vermelho que acabara de passar na direção contrária no lado oposto da pista. É, parece que o piloto automático não tem muita noção de esquerda, direita e centro da pista. Estamos no meio da pista! – pensou completamente exasperada.
Pulou para o banco do motorista, e tentou levar o carro para a direita. Não, não, no acostamento não. Era quase como se ela quisesse que o carro obedecesse ao seu pensamento e não ao volante. Não tinha a mínima noção de equilíbrio, por isso virou o carro para a esquerda. Para a esquerda demais! Quase bateu no carro que passava ao lado.
Conseguiu manter uma linda paralela a listra do acostamento. Parecia que ia se estabelecer um certo equilíbrio. Por alguns segundos apenas! Uma imensa descida, aliás, íngreme até demais. Pensou se deveria mudar de marcha; o carro parecia solto demais, quase fora de seu controle.
O céu era um azul límpido, as poucas nuvens brancas serviam apenas para quebrar aquele azul monótono. A garota pensou se essa seria a última vez que olharia para o céu.
******
Sentia o vento cortar sua face e sua cabeça ser puxada para trás como quase que arrancada de seu pescoço. Aquela não era a maior montanha-russa do parque, mas precisava ir em todas. Estava no Parque de la Costa em Buenos Aires, o maior parque de diversões da Argentina, deveria aproveitar todos os brinquedos que desejasse ir. Aproveitar tudo ao máximo!
******
Olhou a estrada, aquela descida era pior do que qualquer montanha-russa que já tivesse ido, não agüentaria. E não conseguiria manter o controle do carro. Só o que pode pensar foi em frear o carro. Acelerou! Continuou acelerando até perceber que aquele não era o pedal certo.
Naquele momento, viu em sua cabeça uma cena que parecia incrivelmente real. Seu colega, que havia lhe dado carona no dia anterior, dizendo – Que barra, perder uma filha com essa idade...
Havia mais duas tentativas. Segundo Murphy a garota só acertaria o freio na terceira, mas dessa vez seus cálculos estavam errados. Ela freou o carro logo que a descida estava se terminando.
Escutou barulhos de ferros se retorcendo e de repente se viu fora do carro sem se lembrar de ter saído. Ótimo, aquele era o final da estrada, chegava ao perímetro urbano.
Viu-se dentro de uma loja de mármores que nunca havia reparado antes. Devia ser mais um daqueles estabelecimentos da entrada da cidade. Estava quase que caída, com os joelhos flexionados, meio atirada no chão. A sensação gelada da mármore diminuía a dor que sentia em seu corpo.
No meio de tantas mostras de mármore nunca seria vista, pensou. Vendo-a se levantar, a atendente da loja veio falar:
- Precisa de ajuda? – perguntou com um jeito calmo demais para a cena que estava presenciando.
- Há-há! Todo mundo acha que eu morri, acredita? – não sabia de onde houvera tirado que todo mundo achava que ela tinha morrido, as palavras simplesmente escaparam-lhe à boca.
A atendente a estudou, com um olhar como se estivesse realmente avaliando a possibilidade:
- A julgar pela sua cor.... – disse a atendente dando uma breve pausa.
O que? Ela realmente está me respondendo? Ela deveria só rir! Essa era mais uma daquelas piadas que ela contava em tom sério para que as pessoas rissem.
- ....e pelas formas de seu rosto...
Ela não podia estar mesmo morta. Seria mesmo assim? Imaginou-se em uma sessão mediúnica em que um coordenador sem o mínimo tato a contaria que havia desencarnado. Por isso tanta gente morria e não percebia? Mas não se lembrava do momento certo em que teria morrido. Se é que ela havia morrido. Aliás, aquilo nem estava sendo levado em consideração... Era apenas uma piada!
A garota agora se virara para a porta a sua esquerda onde havia um grande espelho. Sabia que aquelas suas vestes negras contratavam com a palidez de seu rosto, porém aquilo nunca parecera tão fúnebre. Fúnebre. Essa palavra nunca lhe parecera tão depreciativa quanto naquele momento. Porém não era nem a palidez habitual de seu rosto nem o vazio de seu profundo olhar que a assustara. Seus olhos se fixaram no lado esquerdo do seu rosto.
Abaixo do seu olho esquerdo até o colo estendia-se um inchaço de procedência inexplicável. Tudo parecia rodar a sua volta, seus joelhos dobravam-se como se não respondessem mais as suas ordens; sentia uma dormência crescente no lado do rosto.
De longe vinha um leve barulho que a fizera despertar. As correntinhas das persianas de seu quarto batiam com a força do vento que entrava pela janela entreaberta. Um lado de seu rosto parecia relutar a voltar a vida devido ao conforto do travesseiro. Um leve brilho do sol entrava pelo quarto como se quisesse varrer a escuridão de uma noite que merecia ser esquecida.
A garota ficou por vários minutos sem se mover, apenas refletindo o que teria sido aquela terrível lembrança, se haveria algum significado para que ela tivesse ocorrido.
Um sonho real demais para ser esquecido.


Liége Jorgens

domingo, julho 03, 2005

Divagações pré-prova

Quem nunca passou um final de semana tentando responder questões de algum trabalho para a faculdade? Nesse final de semana tive a infelicidade de passar por tal situação. Dois trabalhos de Macroeconomia para fazer, além do infindável conteúdo para a prova na segunda-feira. Eu realmente acreditei que Vasconsellos era O cara. Peguei 2 livros de sua autoria na Biblioteca e me debrucei buscando as respostas. Descobri coisas importantes:
· Não é porque os livros se chamam ECONOMIA BÁSICA e FUNDAMENTOS DE ECONOMIA que eles responderão a todas as suas perguntas básicas e fundamentais de economia;
· Nunca deixe para responder as questões mais difíceis no último final de semana antes da entrega do trabalho;
· Google nunca é útil quando se precisa dele;
· Murphy sempre aplicará suas leis para que tudo saia errado.
Além das máximas universais acima citadas, elaborei duas questões altamente filosóficas:
· Afinal, por que é que não existe um imenso livro intitulado: TODAS AS RESPOSTAS PARA AS PERGUNTAS DO CURSO DE ADMNISTRAÇÃO(?);
· Qual a diferença entre conversibilidade e inconversibilidade? (Sim, essa é a questão que eu vou deixar em branco no trabalho!)
Liége Jorgens - 3º semestre de Administração

sábado, junho 25, 2005

A Fábula


Como seria se todos nós conhecêssemos passado, presente e prevíssemos o futuro? Não falo sobre as conseqüências, mas a forma que nos sentiríamos em relação a isso. Entender o motivo da aversão por determinado colega, talvez não tivesse bons efeitos a longo prazo, porém eu questiono a curto prazo. Saber tudo que fiz e que fui poderia ser significante? Considerando que as minhas características como ser espiritual são as mesmas da existência anterior, o que poderia chamar a curiosidade seriam as informações sobre os meus cargos e consorciados nas vidas precedentes. Se me fosse revelado que eu fui uma escritora, qual a real importância que isso teria? Eu escreveria melhor ou pior? Ou ao menos, eu escreveria diferente, com mais sentimento? Lógico que não! E se eu descobrisse que eu na outra vida morei na Noruega e fui muito feliz casada com um pescador e uma dúzia de filhos, terei eu que ir para o Norte da Europa para encontrar essas pessoas em busca da felicidade de antes? Lógico que não! Se for uma idéia realmente boa eu continuar a tarefa anterior, com a mesma profissão e com os mesmos familiares, as situações naturais da vida farão com que reencarnemos próximos e que a vida abra espaço para mim como escritora, seja em um pequeno jornal, seja em uma famosa editora. Imaginem se eu tentasse ser tudo que já fui, considerando as milhares de existências, teria que fazer 5 faculdades ao mesmo tempo e adotar a poligamia. Mas como essa não é a intenção...
Por isso que eu sou favorável a manter a ordem divina, do esquecimento do passado... Lógico que o simples fato de eu concordar com isso não faz diferença alguma frente a imutabilidade das leis que regem o Universo, mas é uma forma de me mostrar satisfeita com a Lei Divina, já que muitas leis terrenas não o que se chamaria de justas, as Universais têm que fazer sentido.
Obs: Abaixo vai a música que me fez pensar na situação do texto, em que todos saberíamos passado/presente/futuro.



Engenheiros do Hawaii - A Fabulaby
The Logical Song - Versao: Humberto Gessinger
Era uma vez um planeta mecânico,
lógico, onde ninguém tinha dúvidas
havia nome pra tudo e para tudo uma explicação
até o pôr-do-sol sobre o mar era um gráfico
adivinhar o futuro não era coisa de mágico
era um hábito burocrático, sempre igual
explicar emoções não era coisa ridícula
havia críticos e métodos práticos
cá pra nos, tudo era muito chato
era tudo tão sensato, difícil de agüentar
todos nos sabíamos de cor
como tudo começou e como iria terminar
mas de uma hora pra outra,
tudo o que era tão sólido desabou, no final de um século
raios de sol na madrugada de um sábado radical
foi a pá de cal, tão legal
não sei mais de onde foi que eu vim
por que é que estou aqui,
para onde eu irei
cá pra nos, é bem melhor assim
desconhecer o início e ignorar o fim
da fábula

quinta-feira, maio 26, 2005

Andrea Doria

Andrea Doria
Legião Urbana
Composição: Desconhecido
Às vezes parecia que, de tanto acreditar
Em tudo que achávamos tão certo,
Teríamos o mundo inteiro e até um pouco mais:
Faríamos floresta do deserto
E diamantes de pedaços de vidro.
Mas percebo agora
Que o teu sorriso
Vem diferente,
Quase parecendo te ferir.
Não queria te ver assim
-Quero a tua força como era antes.
O que tens é só teu
E de nada vale fugir
E não sentir mais nada.
Às vezes parecia que era só improvisar
E o mundo então seria um livro aberto,
Até chegar o dia em que tentamos ter demais,
Vendendo fácil o que não tinha preço.
Eu sei - é tudo sem sentido.
Quero ter alguém com quem conversar,
Alguém que depois não use o que eu disse
Contra mim.Nada mais vai me ferir.
É que já me acostumei
Com a estrada errada que eu segui
E com a minha própria lei.
Tenho o que ficou
E tenho sorte até demais,
com sei que tens também...

Desilusão, engano, equívoco? Como se chamaria quando percebemos que aquilo que acreditávamos poder acontecer não acontece? Questão de semântica... Seja como for, não é agradável. Os espíritas que se comprometem com o trabalho sério, sem personalismos, se esforçam e muitas vezes são barrados onde tinham antes seu campo de ação; não conseguem mudar o que é necessário, pois as pessoas têm resistência a mudanças. Mandavam para a vida empenho, dedicação, carinho, zelo, esforço; e a vida segue a mesma. Deserto continua deserto, vidro continua vidro. Acreditavam que tudo daria certo, bastando um pouco de jogo de cintura para que não houvesse empecilhos. Enfim, nada que façam parece ter aquele brilho que tinha antes; acabaram-se as ilusões, o máximo que conseguem são dores de cabeça. Porém não é a falta de retorno que incomoda e, sim a lembrança das esperanças depositadas naquela idéia que fracassou. Ah sim, a palavra é fracasso.

quarta-feira, maio 11, 2005

Céline & Jesse

Depois de dez anos do lançamento de Antes do Amanhecer, finalmente nesse ano tivemos a volta de Celine e Jesse à telona no filme Antes do Pôr-do-Sol.
Em Antes do Pôr-do-sol (2º), Jesse e Celine reencontram-se na última seção de autógrafos de Jesse que está lançando um livro sobre o dia que passou com Celine em Viena. Como não poderia deixar de ser, os dois saem para conversar. Voltamos então àquele tipo de filme que bem conhecemos, uma câmera filmando, os protagonistas trocando experiências, idéias e, desta vez, algumas explicações sobre o passado, enquanto trilhavam pelas ruas de Paris.
Em Antes do Amanhecer (1°), Celine e Jesse, por obra do Senhor Destino, conhecem-se casualmente em um trem. Como cada um tinha um lugar diferente para terminar a viagem, resolveram adiar seus compromissos ou “esquecer” como um casual engano para que pudessem aproveitar a companhia até o amanhecer do outro dia em Viena. A idéia de deixar aquele encontro passar em branco foi a preocupação e prerrogativa inicial, porém aqueles breves momentos não cairiam nunca mais no abismo do esquecimento.
Ao chegar do amanhecer, Celine segue a França e Jesse aos Estados Unidos, onde cada um tinha o seu lar para retornar e seguir a vida. Ficou a promessa do reencontro, sem cobranças, sem telefonemas, sem cartas. Apenas a ausência um do outro e esperança de que após 6 meses suas vidas se cruzariam novamente.
E assim termina Antes do Amanhecer.. A despedida na estação de trem!
Após nove anos, então, encontram-se os dois na seção de autógrafos...
Explicações sobre o desencontro, sobre o passado mal resolvido, sobre como tudo poderia ter sido diferente, sobre como seria se Jesse não estivesse casado e com um filho, sobre como seria se eles ao menos tivessem trocado telefones e Jesse soubesse que Celine esteve morando em Nova York também, sobre como seria se Celine não precisasse apagar a lembrança de Jesse em cada novo relacionamento, como seria se eles não tivessem abortado a relação, se eles tivessem esperado até um possível desgaste na relação ou o fim natural que a maioria dos namoros têm...
E tudo isso em diálogos bem construídos, em que se percebe o amadurecimento dos personagens, sem perder a personalidade de cada um... Tratando de assuntos como morte, reencarnação, infância, criação, família, Deus... Nada difícil de nos identificarmos com os filmes, pois, apesar de não termos vivido uma história de amor em Viena, todos nós já nos deparamos com os mesmos conflitos e problemas.
Fica a sugestão para quem estiver rodando na vídeo-locadora sem saber o que assistir!

quarta-feira, maio 04, 2005

Gloria Trevi

É interessante como podemos encontrar mensagens legais até mesmo entre a escória. Estava escutando uma música agora de uma cantora chamada Gloria Trevi. Sim, aquela que estava presa aqui no Brasil. Pois é, já viu o tipo... Ela foi presa por abuso de menores, maus tratos e tem uma grande possibilidade de ela ter asfixiado o próprio bebê (Ana Dalai) nos cobertores, por ter chorado demais (é, pode ser que no México os bebês não chorem).
Ela movimentou gerações, era e é realmente famosa. Eu curto as músicas dela, mas isso porque eu tenho um gosto alternativo para músicas... Tem algumas letras que não tem muito a ver, mas a maioria é bem interessante, em que ela utiliza um sarcasmo bastante característico. Uma das músicas que eu curto é Je! Escucha.

Entiende que alguien te necesita
Tu hermano en guerra esta sangrado
No
te quedes solo mirando
El hambre un niño esta matando
Y tu solo de brazos
cruzados

E por aí vai.. É bem legal a letra, eu devo ter errado alguma coisa no espanhol pq eu tirei de ouvido..
Tem um montão de música massa, as letras são bem tri. Era o que eu ia dizendo, às vezes a gente encontra coisas legais entre as pessoas que não tem muita moral... Assim como pessoas que pregam moral têm coisas não muito legais também.
É massa a música Dr. Psiquiatra, mas acho que vocês não iam curtir ...

quarta-feira, abril 27, 2005

Agora vou criticar até Lord Byron..

Vocês já notaram que as pessoas usam de teorias que não crêem apenas para se aproveitarem delas, criando trabalhos em cima dessas teorias que eles não acreditam ou inventam?
Freud, por exemplo, criou uma teoria sobre o surgimento da cultura.. Ela é a base de várias outras teses propostas por ele. O psicanalista pode, a partir de então escrever toda a sua obra! Claro que a discussão não é se o ensinamento de Freud tem ou não tem sentido, mas sim que a sua teoria é altamente discutível, pois surgiu de forma muito suspeita né...
Vocês devem estar pensando: Tá, pq a Liége as 2:24 da noite resolve falar isso?
Eu estava lendo agora um poema de um cara que eu curto muito.. Chama-se Lord Byron. Ele é extremamente nihilista e romântico tb. Olha só uma parte do poema:
"Ou, mudando a frase terna, "Minha alma", podes dizer. Pois a alma não morre; eterna Qual meu amor, há de ser."
Tipow, eu fiquei indignada! Ele fala que a alma não morre... Mas ele acredita no nada.. Olhem só nesse outro poema:
"Morrer! Alhures ir... Aonde? Ao paradeiro Para o qual tudo foi e onde tudo irá ter! Ser, outra vez, o nada; o que já fui, primeiro Que abrolhasse à existência e ao vivo padecer!..." Quer dizer... Ele utilizou o lance da imortalidade da alma só para escrever um poema romântico, para ficar legal.. Aí quando ele vai escrever sobre morte ele diz que teremos o nada? E não é só nesse poema.. O niilismo é uma característica marcante da poesia byroniana.
Ele está se contradizendo... E ele não é qualquer escritor.. Eu não sei se vocês conhecem ele, mas ele é realmente importante, um cara que influenciou uma geração de poetas!
Putz, que e-mail enorme..
termino por aqui então... Beijos
Obs: Esse foi um e-mail que enviei a uma lista de e-mails de um projeto que eu participo

sexta-feira, abril 22, 2005

Universo infinito?

A forma do universo
O Universo é plano! Essa é a resposta encontrada pelos cientistas depois de estudos com um balão high-flying na região antártida, que suspendeu um telescópio na altura de 40 mil metros. O instrumento sobrevoou o continente gelado por dez dias. Para os astrônomos, a descoberta confirma que a luz, fora da ação da gravidade, viaja em linha reta, e não em curvas. A idéia de que o universo poderia ser curvo foi proposta por Albert Einstein.
Peraí, mas o universo ser plano ou ser curvo não o torna finito? Alguém pode me dizer qual foi a parte da aula que eu perdi?

quinta-feira, abril 21, 2005

Amizade

Pode ser que um dia deixemos de nos falar. Mas, enquanto houver amizade, faremos as pazes de novo.
Pode ser que um dia o tempo passe. Mas, se a amizade permanecer, um do outro há de se lembrar.
Pode ser que um dia nos afastemos. Mas, se formos amigos de verdade, a amizade nos reaproximará.
Pode ser que um dia não mais existamos. Mas, se ainda sobrar amizade, nasceremos de novo, um para o outro.
Pode ser que um dia tudo acabe. Mas, com a amizade construiremos tudo novamente, cada vez de forma diferente, sendo único e inesquecível cada momento que juntos viveremos e nos lembraremos pra sempre.
Há duas formas para viver sua vida: Uma é acreditar que não existe milagre; A outra é acreditar que todas as coisas São um milagre.
Albert Einstein 1879 - 1955

segunda-feira, abril 18, 2005

Espiritismo e Ciência

Os homens da Ciência realizavam constantes pesquisas de observação do meio a sua volta e, por seguirem uma ordem racional de encadeamento, surgia, por exemplo, a busca ao elemento constituinte do Universo.
Estudos como este surgiam a medida que os cientistas descobriam a pesquisavam. Chegara o momento em que se fazia necessário o surgimento de uma doutrina capaz de abranger estas questões que se encontram fora da amplitude da Ciência. Surgia a Doutrina Espírita com sua nobre proposta de elucidar mentes, atraindo grandes estudiosos das mais diversas áreas.
Havia algumas questões primordiais que deveriam ficar bem claras desde o início da revelação espírita. Trata-se do assunto abordado no item VII da introdução de O Livro dos Espíritos. As questões estudadas pelo Espiritismo, que transcendem a matéria, não deveriam ser julgadas da mesma forma que uma descoberta de caráter científico. Seria de tal forma um absurdo submeter questões de caráter espiritual às explicações puramente materiais. Assim como um músico pouco poderia opinar sobre um transplante de fígado, uma lei que rege corpos físicos não teria razão de se pronunciar em relação aos Espíritos. O que poderia um cirurgião fazer ao tentar aplicar sua ciência em uma questão de ordem espiritual? Usaria o bisturi em busca da alma? A cada ciência cabe explicar as questões que lhe são de alçada.

domingo, abril 17, 2005

Universo e Matéria

A primeira parte de O Livro dos Espíritos é aquela que mais me instiga a questionar. Elementos gerais do Universo, matéria, espírito são alguns dos assuntos abordados no Capítulo II, bem como a eternidade ou criação dos mesmos.
Uma questão que me faz refletir é a de número 21, que diz:
“A matéria existe desde toda a eternidade, como Deus, ou foi criada por ele em dado momento?
Só Deus o sabe. Há uma coisa, todavia, que a razão vos deve indicar: é que Deus, modelo de amor e caridade, nunca esteve inativo. Por mais distante que logreis figurar o início de sua ação, podereis concebe-lo ocioso, um momento que seja?”
Tudo bem, não se sabe se a matéria existe desde o princípio ou se foi criada por Deus. Mas se Deus é a causa primária de todas as coisas (1º questão) e se a matéria não fosse criada por ele, seria eterna também, como pretende a questão 27 em que ela é colocada como o princípio, fazendo parte da trindade universal.
É, estas questões não seriam polêmicas se não existisse a de número 37:
“O Universo foi criado, ou existe de toda a eternidade como Deus?
É fora de dúvida que ele não pode ter-se feito a si mesmo. Se existisse, como Deus, de toda a eternidade, não seria obra de Deus.”
Notem que as perguntas 21 e 37 são praticamente iguais, modificando apenas a palavra matéria e universo. Mas o que faz a resposta ser diferente? Quer dizer, por que o Universo tem que ter tido um princípio, ser obra de Deus se a matéria talvez tenha sido sempre eterna e não obra de Deus?

sábado, abril 16, 2005

Pressentimentos

Em inúmeras situações da vida, quando nos deparamos com certos problemas, sentimos como se já soubéssemos que tal fato ocorreria, como se já soubéssemos que determinada escolha nos levaria ao caminho que agora nos encontramos.
Se lembrarmos que, na erraticidade, escolhemos/sabemos o gênero de provas a que vamos nos submeter conforme as nossas tendências e, assim, guardamos em nosso íntimo essas impressões, fácil será percebermos que é a voz do instinto que nos fala.
A impressão que guardamos das provas que optamos por passar nesta vida é o chamado instinto e, a partir do momento que começamos a sofrê-las, esse instinto passa a ser pressentimento.
(O Livro dos Espíritos – itens 244, 522, 523 e 524)

sexta-feira, abril 15, 2005

às 3h e 10 minutos de uma quinta-feira qualquer...

Dizem que chorar faz bem, que a lágrima é um ótimo lubrificante para os olhos. Quando choramos ninguém pensa “nossa, que bom, estou chorando, estou evitando que meus olhos fiquem ressecados”. Não! Choramos porque é o último extravasar da angústia que acomete o nosso íntimo. Não é algo pensado, em que sabemos o quanto faz bem expressar essa revolta interna, é bem mais subjetivo e inconsciente... Chora-se quando não conseguimos pensar em uma solução melhor para resolver nossos problemas. Quando não há mais o que fazer, chora-se. Ou chora-se até mesmo quando as nossas angústias não podem ser resolvidas por nós mesmos, quando nada do que façamos resolve a situação de conflito e, assim, percebemos que não resta nada além de aguardar. Aguardar a boa vontade alheia de sentar, conversar, esclarecer. Não pode ser tão difícil fazê-lo. O tempo que se espera para esclarecer um mal entendido (ou um bem entendido) é mais doloroso do que os minutos que seriam usados para falar sobre coisas difíceis de se compreender. Se as pessoas sabem que essas coisas “difíceis de compreender” precisam ser ditas, qual a vantagem em retardar esse momento? Talvez a ausência de coragem (ou até de respeito para com o sofrimento alheio) seja a grande responsável pela agonia que eu sinto agora.

quinta-feira, abril 14, 2005

Pensamento e Consciência


Uma questão proposta por uns amigos e que desde então sempre me inquietou foi a diferença entre consciência e pensamento. Cada vez que eu lia a Liberdade de Consciência (L.E.- Parte 3°- Capítulo X) e me deparava com o item 835, essa inquietação voltava com toda a sua voracidade (sim, eu realmente sou bem atacada quanto às questões que eu fico sem entender).
Para que todos possam entender sobre o que estou falando, vou transcrever o que dizem os imortais:
“835. Será a liberdade de consciência uma conseqüência da de pensar?
A consciência é um pensamento íntimo, que pertence ao homem, como todos os outros pensamentos.”
Isso deveria ter esclarecido minhas dúvidas, mas era apenas a ponta de um iceberg (que expressão clichê!). Sim, consciência é um pensamento íntimo... E?
Comecei a procurar a definição de consciência e pensamento em diversos paradigmas, dentro da psicologia várias definições, filosofia outras, dicionário da língua portuguesa definições bastante limitadas (isso quando não colocam que pensamento é o mesmo que consciência).
A primeira definição que encontrei para o pensamento – e que me chamou muito a atenção, por sinal – foi a do behaviorismo de Watson. O pensamento não seria nada mais que um movimento subvocal, ou seja, uma reação motora, os nervos comandando o movimento. Então o pensamento seria apenas um estímulo nervoso, o ato em si... E o que Watson diria sobre a consciência? Ah, esse é o detalhe! O behaviorismo repele os termos mente e consciência... É, eu já não poderia mais usar uma definição de pensamento se, dentro desse mesmo paradigma, não existisse uma definição para consciência, pois Watson explicaria as questões desta com outros e outros termos que eu não pretendia me deter.
Inúmeras idéias e conceitos sobre estes 2 termos foram criados em diversas situações e lugares, – desde a beira do Guaíba até as conversas no MSN, Yahoo Groups e posórios – fazendo com que pudéssemos debater sobre a proposta dos amigos a este respeito, o que dava muito pano para manga (é, hoje estou exagerando nas expressões clichês...). Parece que eu tenho o tal do cacoete de monge, de ficar horas divagando sobre questões menos práticas e mais filosóficas. Vou faz o que se é isso que eu me interesso mais? ...Prosseguindo.... Apesar dessas inúmeras conversas, nada ainda tinha feito com que a minha inquietação amenizasse, na verdade a cada nova discussão, sentia como se as sinapses estivessem cada vez mais ativas e que nada faria com que a dúvida sanasse..
Até que......
Estava eu na VII Conferência Estadual Espírita, em Curitiba-PR, no dia 9 de abril de 2005 assistindo o seminários de José Raul Teixeira com o tema “A Justiça Divina e a consciência humana”, quando na minha frente, naqueles slides aparecem as definições de consciência. Sim, várias delas! E, claro, ele abordou rapidamente o significado de pensamento.
As definições foram as seguintes:
“Consciência é um reconhecimento pessoal da própria condição e dos próprios atos.”
Quando a pessoa se dá conta do que está fazendo ela está no exercício de sua consciência.
Há também o cogitar, que é pensar em algo verificando em torno. Quando o homem começa a se perguntar sobre sua condição pessoal, ele começa a ter consciência e cogitação.
Por exemplo: Essa flor exala perfume suave. (está cogitando sobre a flor)
O pensamento é a idéia estática, sem cogitar a respeito. Por exemplo: A flor existe.
“Processos conscientes: imagens, idéias, lembranças e sentimentos dos quais só o indivíduo tem ciência no momento em que ocorrem.”
Consciência seria o que eu acho sobre mim mesmo, do que é necessário fazer para ser feliz, para me realizar, do meu lugar no mundo.

“A consciência é a relação dos fatos psíquicos com o ego (Jung).”
Em suma, o ego é a máscara adotada nas relações sociais, ou seja, temos um ego para cada realidade, para cada contexto social. Por exemplo: Quando eu tenho uma entrevista de emprego, digo que meu maior defeito é o perfeccionismo, mas os meus amigos próximos sabem que eu sou uma pessoa desligada demais para ser perfeccionista.

...Consciência é o centro da personalidade. As transformações ocorrem e a consciência é permanente. Eu vou ampliando o nível de consciência, me tornando mais consciente hoje do que fui na véspera...

Deixo essa questão, agora respondida, para todos que ousarem ler o meu blog refletirem a respeito, e cada um tentar criar um conceito próprio a respeito. É claro que essas afirmações sobre consciência me fizeram criar mais algumas outras dúvidas, mas por enquanto fiquem com esse texto apenas. Assim que eu tiver mais subsídio e após algumas conversas, eu postarei aqui...