sexta-feira, abril 27, 2007

150 ANOS DE ESPIRITISMO

Este é um ano muito especial para os espíritas. Estamos comemorando os 150 anos de Doutrina Espírita. Em 18 de abril de 1857 foi lançada a primeira obra espírita, aquela que é considerada o marco inicial do Espiritismo: O Livro dos Espíritos.
Na Europa após a desencarnação de Allan Kardec a doutrina continuou se expandindo para o mundo através do trabalho de pessoas ilustres como Leon Denis, Camille Flamarion e Gabriel Dellane.
O Livro dos Espíritos é o principal de toda a literatura espírita, pois nele estão contidos os princípios básicos que regem a doutrina. Todo aquele que deseja se tornar um adepto do Espiritismo deve tê-lo como base, conforme orientou o codificador da doutrina Allan Kardec.
Codificado por Allan Kardec e ditado por espíritos superiores, O Livro dos Espíritos consegue trazer unidas a fé e a razão, por mais que muitos acreditem no antagonismo dessas palavras. Trata sobre diversas questões do pensamento humano, como a existência em Deus, a vida após a morte, a reencarnação, as desigualdades sociais, mortes prematuras, entre outros diversos questionamentos que nos fazemos ao longo da vida. A partir dessas questões, o Espiritismo nos conduz a uma reflexão a respeito de nossos comportamentos e atitudes, conduzindo o homem a buscar a sua própria felicidade.
Alguns exemplos de espíritas que encontraram a sua felicidade através do trabalho no bem são Francisco Cândido Xavier, com sua notável mediunidade e suas obras sociais, Divaldo Pereira Franco e José Raul Teixeira, com suas conferências, seus livros e projetos sociais, assim como o incansável esforço de pessoas anônimas, fazendo com que o Espiritismo tenha essa expressiva força na atualidade.
Observando a clareza dos seus ensinamentos, a forma como se espalhou pelo mundo, podemos imaginar o futuro dessa doutrina que certamente marcará uma nova Era na história da humanidade.
Por essa razão, durante o mês de abril as sociedades espíritas estarão empenhadas em divulgar e estudar O Livro dos Espíritos. Teremos o Congresso Espírita Brasileiro em Brasília, organizado pela FEB (Federação Espírita do Brasil), que congregará adeptos do país inteiro e o Congresso Espírita Mundial na Colômbia, promovido pelo CEI (Conselho Espírita Internacional).
É o momento para refletirmos sobre os sublimes ensinamentos contidos nesta obra, que tanto tem nos felicitado. Analisarmos nossas ações cotidianas, nossas atividades em prol do bem. Repensarmos sobre nossa colaboração para o futuro dessa querida doutrina.
Àqueles que desconhecem o Espiritismo convidamos a conhecê-lo através da leitura dos livros de Allan Kardec, da visita aos centros espíritas e da participação em seminários.


Escrito por Liége Jorgens e Michel Macedo
Publicado no jornal Diário Serrano em 18 de abril de 2007

domingo, abril 01, 2007

Sobre a natureza humana

Poucas coisas podem ser comparadas com os sentimentos que animam o ser humano. Talvez o adubo seja a melhor comparação. É inegável que a natureza humana, em geral, é uma das coisas mais podres de que temos conhecimento. Fraternidade, caridade, lealdade estão em extinção. Cultivar amizades você pode até fazer, só não espere recebê-las de volta. As pessoas sabem falar em nome da paz, da abnegação, da vontade de mudar o mundo, mas não agem tal qual apregoam. É fácil falar em uma revolução social, difícil é fazer isso acontecer nas nossas relações, na convivência com pessoas próximas. É fácil discursar o que os outros querem ouvir, quero ver falar a verdade, aquilo que passa no íntimo. Estou para ver alguém que fale com verdade sobre seus reais sentimentos e intenções. É comum ver as pessoas ajudam em projetos sociais, em obras de caridade. É louvável. Mas será que essas pessoas fazem bem para quem está próximo? Será que ajudam ou prejudicam quem está ao seu lado? Então caem todas as máscaras. Se você precisa de ajuda, tudo bem, mas se você precisa de ajuda que implique em esforço e abnegação de outros, bom, aí você conte apenas consigo mesmo, não espere o melhor de ninguém, só de si mesmo. É isso aí, no fim das contas, é o amor próprio que prevalece, mesmo que seja à custa do próximo mais próximo.

Sabendo disso, o que fazer? Partir sempre do pressuposto que todos vão te apunhalar pelas costas? Não considerar ninguém como amigo e tratar todos com distância? Agir sempre pensando em si mesmo, sem abnegar nada? Não olhar para nada além do seu objetivo, doa a quem doer? Não sei, mas que pagaria para não ter a necessidade de pensar nisso, mas aí dou de cara com a realidade para me fazer acordar.