sábado, junho 25, 2005

A Fábula


Como seria se todos nós conhecêssemos passado, presente e prevíssemos o futuro? Não falo sobre as conseqüências, mas a forma que nos sentiríamos em relação a isso. Entender o motivo da aversão por determinado colega, talvez não tivesse bons efeitos a longo prazo, porém eu questiono a curto prazo. Saber tudo que fiz e que fui poderia ser significante? Considerando que as minhas características como ser espiritual são as mesmas da existência anterior, o que poderia chamar a curiosidade seriam as informações sobre os meus cargos e consorciados nas vidas precedentes. Se me fosse revelado que eu fui uma escritora, qual a real importância que isso teria? Eu escreveria melhor ou pior? Ou ao menos, eu escreveria diferente, com mais sentimento? Lógico que não! E se eu descobrisse que eu na outra vida morei na Noruega e fui muito feliz casada com um pescador e uma dúzia de filhos, terei eu que ir para o Norte da Europa para encontrar essas pessoas em busca da felicidade de antes? Lógico que não! Se for uma idéia realmente boa eu continuar a tarefa anterior, com a mesma profissão e com os mesmos familiares, as situações naturais da vida farão com que reencarnemos próximos e que a vida abra espaço para mim como escritora, seja em um pequeno jornal, seja em uma famosa editora. Imaginem se eu tentasse ser tudo que já fui, considerando as milhares de existências, teria que fazer 5 faculdades ao mesmo tempo e adotar a poligamia. Mas como essa não é a intenção...
Por isso que eu sou favorável a manter a ordem divina, do esquecimento do passado... Lógico que o simples fato de eu concordar com isso não faz diferença alguma frente a imutabilidade das leis que regem o Universo, mas é uma forma de me mostrar satisfeita com a Lei Divina, já que muitas leis terrenas não o que se chamaria de justas, as Universais têm que fazer sentido.
Obs: Abaixo vai a música que me fez pensar na situação do texto, em que todos saberíamos passado/presente/futuro.



Engenheiros do Hawaii - A Fabulaby
The Logical Song - Versao: Humberto Gessinger
Era uma vez um planeta mecânico,
lógico, onde ninguém tinha dúvidas
havia nome pra tudo e para tudo uma explicação
até o pôr-do-sol sobre o mar era um gráfico
adivinhar o futuro não era coisa de mágico
era um hábito burocrático, sempre igual
explicar emoções não era coisa ridícula
havia críticos e métodos práticos
cá pra nos, tudo era muito chato
era tudo tão sensato, difícil de agüentar
todos nos sabíamos de cor
como tudo começou e como iria terminar
mas de uma hora pra outra,
tudo o que era tão sólido desabou, no final de um século
raios de sol na madrugada de um sábado radical
foi a pá de cal, tão legal
não sei mais de onde foi que eu vim
por que é que estou aqui,
para onde eu irei
cá pra nos, é bem melhor assim
desconhecer o início e ignorar o fim
da fábula