quarta-feira, abril 27, 2005

Agora vou criticar até Lord Byron..

Vocês já notaram que as pessoas usam de teorias que não crêem apenas para se aproveitarem delas, criando trabalhos em cima dessas teorias que eles não acreditam ou inventam?
Freud, por exemplo, criou uma teoria sobre o surgimento da cultura.. Ela é a base de várias outras teses propostas por ele. O psicanalista pode, a partir de então escrever toda a sua obra! Claro que a discussão não é se o ensinamento de Freud tem ou não tem sentido, mas sim que a sua teoria é altamente discutível, pois surgiu de forma muito suspeita né...
Vocês devem estar pensando: Tá, pq a Liége as 2:24 da noite resolve falar isso?
Eu estava lendo agora um poema de um cara que eu curto muito.. Chama-se Lord Byron. Ele é extremamente nihilista e romântico tb. Olha só uma parte do poema:
"Ou, mudando a frase terna, "Minha alma", podes dizer. Pois a alma não morre; eterna Qual meu amor, há de ser."
Tipow, eu fiquei indignada! Ele fala que a alma não morre... Mas ele acredita no nada.. Olhem só nesse outro poema:
"Morrer! Alhures ir... Aonde? Ao paradeiro Para o qual tudo foi e onde tudo irá ter! Ser, outra vez, o nada; o que já fui, primeiro Que abrolhasse à existência e ao vivo padecer!..." Quer dizer... Ele utilizou o lance da imortalidade da alma só para escrever um poema romântico, para ficar legal.. Aí quando ele vai escrever sobre morte ele diz que teremos o nada? E não é só nesse poema.. O niilismo é uma característica marcante da poesia byroniana.
Ele está se contradizendo... E ele não é qualquer escritor.. Eu não sei se vocês conhecem ele, mas ele é realmente importante, um cara que influenciou uma geração de poetas!
Putz, que e-mail enorme..
termino por aqui então... Beijos
Obs: Esse foi um e-mail que enviei a uma lista de e-mails de um projeto que eu participo

sexta-feira, abril 22, 2005

Universo infinito?

A forma do universo
O Universo é plano! Essa é a resposta encontrada pelos cientistas depois de estudos com um balão high-flying na região antártida, que suspendeu um telescópio na altura de 40 mil metros. O instrumento sobrevoou o continente gelado por dez dias. Para os astrônomos, a descoberta confirma que a luz, fora da ação da gravidade, viaja em linha reta, e não em curvas. A idéia de que o universo poderia ser curvo foi proposta por Albert Einstein.
Peraí, mas o universo ser plano ou ser curvo não o torna finito? Alguém pode me dizer qual foi a parte da aula que eu perdi?

quinta-feira, abril 21, 2005

Amizade

Pode ser que um dia deixemos de nos falar. Mas, enquanto houver amizade, faremos as pazes de novo.
Pode ser que um dia o tempo passe. Mas, se a amizade permanecer, um do outro há de se lembrar.
Pode ser que um dia nos afastemos. Mas, se formos amigos de verdade, a amizade nos reaproximará.
Pode ser que um dia não mais existamos. Mas, se ainda sobrar amizade, nasceremos de novo, um para o outro.
Pode ser que um dia tudo acabe. Mas, com a amizade construiremos tudo novamente, cada vez de forma diferente, sendo único e inesquecível cada momento que juntos viveremos e nos lembraremos pra sempre.
Há duas formas para viver sua vida: Uma é acreditar que não existe milagre; A outra é acreditar que todas as coisas São um milagre.
Albert Einstein 1879 - 1955

segunda-feira, abril 18, 2005

Espiritismo e Ciência

Os homens da Ciência realizavam constantes pesquisas de observação do meio a sua volta e, por seguirem uma ordem racional de encadeamento, surgia, por exemplo, a busca ao elemento constituinte do Universo.
Estudos como este surgiam a medida que os cientistas descobriam a pesquisavam. Chegara o momento em que se fazia necessário o surgimento de uma doutrina capaz de abranger estas questões que se encontram fora da amplitude da Ciência. Surgia a Doutrina Espírita com sua nobre proposta de elucidar mentes, atraindo grandes estudiosos das mais diversas áreas.
Havia algumas questões primordiais que deveriam ficar bem claras desde o início da revelação espírita. Trata-se do assunto abordado no item VII da introdução de O Livro dos Espíritos. As questões estudadas pelo Espiritismo, que transcendem a matéria, não deveriam ser julgadas da mesma forma que uma descoberta de caráter científico. Seria de tal forma um absurdo submeter questões de caráter espiritual às explicações puramente materiais. Assim como um músico pouco poderia opinar sobre um transplante de fígado, uma lei que rege corpos físicos não teria razão de se pronunciar em relação aos Espíritos. O que poderia um cirurgião fazer ao tentar aplicar sua ciência em uma questão de ordem espiritual? Usaria o bisturi em busca da alma? A cada ciência cabe explicar as questões que lhe são de alçada.

domingo, abril 17, 2005

Universo e Matéria

A primeira parte de O Livro dos Espíritos é aquela que mais me instiga a questionar. Elementos gerais do Universo, matéria, espírito são alguns dos assuntos abordados no Capítulo II, bem como a eternidade ou criação dos mesmos.
Uma questão que me faz refletir é a de número 21, que diz:
“A matéria existe desde toda a eternidade, como Deus, ou foi criada por ele em dado momento?
Só Deus o sabe. Há uma coisa, todavia, que a razão vos deve indicar: é que Deus, modelo de amor e caridade, nunca esteve inativo. Por mais distante que logreis figurar o início de sua ação, podereis concebe-lo ocioso, um momento que seja?”
Tudo bem, não se sabe se a matéria existe desde o princípio ou se foi criada por Deus. Mas se Deus é a causa primária de todas as coisas (1º questão) e se a matéria não fosse criada por ele, seria eterna também, como pretende a questão 27 em que ela é colocada como o princípio, fazendo parte da trindade universal.
É, estas questões não seriam polêmicas se não existisse a de número 37:
“O Universo foi criado, ou existe de toda a eternidade como Deus?
É fora de dúvida que ele não pode ter-se feito a si mesmo. Se existisse, como Deus, de toda a eternidade, não seria obra de Deus.”
Notem que as perguntas 21 e 37 são praticamente iguais, modificando apenas a palavra matéria e universo. Mas o que faz a resposta ser diferente? Quer dizer, por que o Universo tem que ter tido um princípio, ser obra de Deus se a matéria talvez tenha sido sempre eterna e não obra de Deus?

sábado, abril 16, 2005

Pressentimentos

Em inúmeras situações da vida, quando nos deparamos com certos problemas, sentimos como se já soubéssemos que tal fato ocorreria, como se já soubéssemos que determinada escolha nos levaria ao caminho que agora nos encontramos.
Se lembrarmos que, na erraticidade, escolhemos/sabemos o gênero de provas a que vamos nos submeter conforme as nossas tendências e, assim, guardamos em nosso íntimo essas impressões, fácil será percebermos que é a voz do instinto que nos fala.
A impressão que guardamos das provas que optamos por passar nesta vida é o chamado instinto e, a partir do momento que começamos a sofrê-las, esse instinto passa a ser pressentimento.
(O Livro dos Espíritos – itens 244, 522, 523 e 524)

sexta-feira, abril 15, 2005

às 3h e 10 minutos de uma quinta-feira qualquer...

Dizem que chorar faz bem, que a lágrima é um ótimo lubrificante para os olhos. Quando choramos ninguém pensa “nossa, que bom, estou chorando, estou evitando que meus olhos fiquem ressecados”. Não! Choramos porque é o último extravasar da angústia que acomete o nosso íntimo. Não é algo pensado, em que sabemos o quanto faz bem expressar essa revolta interna, é bem mais subjetivo e inconsciente... Chora-se quando não conseguimos pensar em uma solução melhor para resolver nossos problemas. Quando não há mais o que fazer, chora-se. Ou chora-se até mesmo quando as nossas angústias não podem ser resolvidas por nós mesmos, quando nada do que façamos resolve a situação de conflito e, assim, percebemos que não resta nada além de aguardar. Aguardar a boa vontade alheia de sentar, conversar, esclarecer. Não pode ser tão difícil fazê-lo. O tempo que se espera para esclarecer um mal entendido (ou um bem entendido) é mais doloroso do que os minutos que seriam usados para falar sobre coisas difíceis de se compreender. Se as pessoas sabem que essas coisas “difíceis de compreender” precisam ser ditas, qual a vantagem em retardar esse momento? Talvez a ausência de coragem (ou até de respeito para com o sofrimento alheio) seja a grande responsável pela agonia que eu sinto agora.

quinta-feira, abril 14, 2005

Pensamento e Consciência


Uma questão proposta por uns amigos e que desde então sempre me inquietou foi a diferença entre consciência e pensamento. Cada vez que eu lia a Liberdade de Consciência (L.E.- Parte 3°- Capítulo X) e me deparava com o item 835, essa inquietação voltava com toda a sua voracidade (sim, eu realmente sou bem atacada quanto às questões que eu fico sem entender).
Para que todos possam entender sobre o que estou falando, vou transcrever o que dizem os imortais:
“835. Será a liberdade de consciência uma conseqüência da de pensar?
A consciência é um pensamento íntimo, que pertence ao homem, como todos os outros pensamentos.”
Isso deveria ter esclarecido minhas dúvidas, mas era apenas a ponta de um iceberg (que expressão clichê!). Sim, consciência é um pensamento íntimo... E?
Comecei a procurar a definição de consciência e pensamento em diversos paradigmas, dentro da psicologia várias definições, filosofia outras, dicionário da língua portuguesa definições bastante limitadas (isso quando não colocam que pensamento é o mesmo que consciência).
A primeira definição que encontrei para o pensamento – e que me chamou muito a atenção, por sinal – foi a do behaviorismo de Watson. O pensamento não seria nada mais que um movimento subvocal, ou seja, uma reação motora, os nervos comandando o movimento. Então o pensamento seria apenas um estímulo nervoso, o ato em si... E o que Watson diria sobre a consciência? Ah, esse é o detalhe! O behaviorismo repele os termos mente e consciência... É, eu já não poderia mais usar uma definição de pensamento se, dentro desse mesmo paradigma, não existisse uma definição para consciência, pois Watson explicaria as questões desta com outros e outros termos que eu não pretendia me deter.
Inúmeras idéias e conceitos sobre estes 2 termos foram criados em diversas situações e lugares, – desde a beira do Guaíba até as conversas no MSN, Yahoo Groups e posórios – fazendo com que pudéssemos debater sobre a proposta dos amigos a este respeito, o que dava muito pano para manga (é, hoje estou exagerando nas expressões clichês...). Parece que eu tenho o tal do cacoete de monge, de ficar horas divagando sobre questões menos práticas e mais filosóficas. Vou faz o que se é isso que eu me interesso mais? ...Prosseguindo.... Apesar dessas inúmeras conversas, nada ainda tinha feito com que a minha inquietação amenizasse, na verdade a cada nova discussão, sentia como se as sinapses estivessem cada vez mais ativas e que nada faria com que a dúvida sanasse..
Até que......
Estava eu na VII Conferência Estadual Espírita, em Curitiba-PR, no dia 9 de abril de 2005 assistindo o seminários de José Raul Teixeira com o tema “A Justiça Divina e a consciência humana”, quando na minha frente, naqueles slides aparecem as definições de consciência. Sim, várias delas! E, claro, ele abordou rapidamente o significado de pensamento.
As definições foram as seguintes:
“Consciência é um reconhecimento pessoal da própria condição e dos próprios atos.”
Quando a pessoa se dá conta do que está fazendo ela está no exercício de sua consciência.
Há também o cogitar, que é pensar em algo verificando em torno. Quando o homem começa a se perguntar sobre sua condição pessoal, ele começa a ter consciência e cogitação.
Por exemplo: Essa flor exala perfume suave. (está cogitando sobre a flor)
O pensamento é a idéia estática, sem cogitar a respeito. Por exemplo: A flor existe.
“Processos conscientes: imagens, idéias, lembranças e sentimentos dos quais só o indivíduo tem ciência no momento em que ocorrem.”
Consciência seria o que eu acho sobre mim mesmo, do que é necessário fazer para ser feliz, para me realizar, do meu lugar no mundo.

“A consciência é a relação dos fatos psíquicos com o ego (Jung).”
Em suma, o ego é a máscara adotada nas relações sociais, ou seja, temos um ego para cada realidade, para cada contexto social. Por exemplo: Quando eu tenho uma entrevista de emprego, digo que meu maior defeito é o perfeccionismo, mas os meus amigos próximos sabem que eu sou uma pessoa desligada demais para ser perfeccionista.

...Consciência é o centro da personalidade. As transformações ocorrem e a consciência é permanente. Eu vou ampliando o nível de consciência, me tornando mais consciente hoje do que fui na véspera...

Deixo essa questão, agora respondida, para todos que ousarem ler o meu blog refletirem a respeito, e cada um tentar criar um conceito próprio a respeito. É claro que essas afirmações sobre consciência me fizeram criar mais algumas outras dúvidas, mas por enquanto fiquem com esse texto apenas. Assim que eu tiver mais subsídio e após algumas conversas, eu postarei aqui...