quinta-feira, abril 14, 2005

Pensamento e Consciência


Uma questão proposta por uns amigos e que desde então sempre me inquietou foi a diferença entre consciência e pensamento. Cada vez que eu lia a Liberdade de Consciência (L.E.- Parte 3°- Capítulo X) e me deparava com o item 835, essa inquietação voltava com toda a sua voracidade (sim, eu realmente sou bem atacada quanto às questões que eu fico sem entender).
Para que todos possam entender sobre o que estou falando, vou transcrever o que dizem os imortais:
“835. Será a liberdade de consciência uma conseqüência da de pensar?
A consciência é um pensamento íntimo, que pertence ao homem, como todos os outros pensamentos.”
Isso deveria ter esclarecido minhas dúvidas, mas era apenas a ponta de um iceberg (que expressão clichê!). Sim, consciência é um pensamento íntimo... E?
Comecei a procurar a definição de consciência e pensamento em diversos paradigmas, dentro da psicologia várias definições, filosofia outras, dicionário da língua portuguesa definições bastante limitadas (isso quando não colocam que pensamento é o mesmo que consciência).
A primeira definição que encontrei para o pensamento – e que me chamou muito a atenção, por sinal – foi a do behaviorismo de Watson. O pensamento não seria nada mais que um movimento subvocal, ou seja, uma reação motora, os nervos comandando o movimento. Então o pensamento seria apenas um estímulo nervoso, o ato em si... E o que Watson diria sobre a consciência? Ah, esse é o detalhe! O behaviorismo repele os termos mente e consciência... É, eu já não poderia mais usar uma definição de pensamento se, dentro desse mesmo paradigma, não existisse uma definição para consciência, pois Watson explicaria as questões desta com outros e outros termos que eu não pretendia me deter.
Inúmeras idéias e conceitos sobre estes 2 termos foram criados em diversas situações e lugares, – desde a beira do Guaíba até as conversas no MSN, Yahoo Groups e posórios – fazendo com que pudéssemos debater sobre a proposta dos amigos a este respeito, o que dava muito pano para manga (é, hoje estou exagerando nas expressões clichês...). Parece que eu tenho o tal do cacoete de monge, de ficar horas divagando sobre questões menos práticas e mais filosóficas. Vou faz o que se é isso que eu me interesso mais? ...Prosseguindo.... Apesar dessas inúmeras conversas, nada ainda tinha feito com que a minha inquietação amenizasse, na verdade a cada nova discussão, sentia como se as sinapses estivessem cada vez mais ativas e que nada faria com que a dúvida sanasse..
Até que......
Estava eu na VII Conferência Estadual Espírita, em Curitiba-PR, no dia 9 de abril de 2005 assistindo o seminários de José Raul Teixeira com o tema “A Justiça Divina e a consciência humana”, quando na minha frente, naqueles slides aparecem as definições de consciência. Sim, várias delas! E, claro, ele abordou rapidamente o significado de pensamento.
As definições foram as seguintes:
“Consciência é um reconhecimento pessoal da própria condição e dos próprios atos.”
Quando a pessoa se dá conta do que está fazendo ela está no exercício de sua consciência.
Há também o cogitar, que é pensar em algo verificando em torno. Quando o homem começa a se perguntar sobre sua condição pessoal, ele começa a ter consciência e cogitação.
Por exemplo: Essa flor exala perfume suave. (está cogitando sobre a flor)
O pensamento é a idéia estática, sem cogitar a respeito. Por exemplo: A flor existe.
“Processos conscientes: imagens, idéias, lembranças e sentimentos dos quais só o indivíduo tem ciência no momento em que ocorrem.”
Consciência seria o que eu acho sobre mim mesmo, do que é necessário fazer para ser feliz, para me realizar, do meu lugar no mundo.

“A consciência é a relação dos fatos psíquicos com o ego (Jung).”
Em suma, o ego é a máscara adotada nas relações sociais, ou seja, temos um ego para cada realidade, para cada contexto social. Por exemplo: Quando eu tenho uma entrevista de emprego, digo que meu maior defeito é o perfeccionismo, mas os meus amigos próximos sabem que eu sou uma pessoa desligada demais para ser perfeccionista.

...Consciência é o centro da personalidade. As transformações ocorrem e a consciência é permanente. Eu vou ampliando o nível de consciência, me tornando mais consciente hoje do que fui na véspera...

Deixo essa questão, agora respondida, para todos que ousarem ler o meu blog refletirem a respeito, e cada um tentar criar um conceito próprio a respeito. É claro que essas afirmações sobre consciência me fizeram criar mais algumas outras dúvidas, mas por enquanto fiquem com esse texto apenas. Assim que eu tiver mais subsídio e após algumas conversas, eu postarei aqui...

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